terça-feira, 6 de maio de 2008

Abobrinha Relativa

Na vida tudo é relativamente relativo... Até a relatividade é relativa.
Porque não se pode relativizar tudo o tempo todo, sobre alguma coisa você tem que ser paradigmático.
Quer dizer... Depende. Porque o que para você é um paradigma, pra uma outra pessoa pode não ser.
Mas então nada é? Tudo "pode ser" e "pode não ser"?
Não sei... Eu não tenho respostas... Apenas perguntas...
Mas penso (aliás, eu não, muita gente...) que muitas certezas que eram absolutas em uma época, passaram a se tornar piada numa outra.
Coisas clichês, da época das grandes navegações, por exemplo, como a Terra ser quadrada, o Sol girar em torno de nós, e os monstros do mar (desse eu ainda desconfio... Afinal, e as lulas gigantes??).
Como já dizia o segundo, terceiro, - sei lá em qual posição ele tá agora - homem mais rico do mundo, Bill Gates, "Tudo que hoje existe, um dia foi algo inimaginável", bem... Não exatamente com essas palavras (preciso de um remédio pra memória...)...
O que eu quero dizer, é que o mundo é feito de opiniões. "Pão ou pães é questão de opinães", diz a tão conhecida frase do Grande Sertão. E opiniões podem (em alguns casos devem) mudar.
As certezas, bom, elas existem sim, só que temporariamente. Pode ser um tempo curto, ou longo, mas grande parte é temporária. Analise.
O que se aprende hoje na escola, como "certeza didática", vamos dizer, há uns 20 anos era diferente. Em alguns casos, completamente diferente. E não se engane, o que se aprenderá daqui a mais 20 também será diferente. E seus filhos zombarão de você, dizendo: "Ai pai, você realmente pensava isso? Isso é um absurdo!" ou ainda, na área da tecnologia (ô areazinha pra ter certezas mudadas constantemente...), "Você assistia TV de plasma?? Que ultrapassado... Não sei como vocês conseguiam sobreviver naquela época...".
E guerras são feitas por certezas (O Bush tinha certeza de que havia armas de destruição em massa no Iraque... E todo mundo tem certeza de que isso era mentira, mas os iraquianos e os soldados americanos continuam morrendo, mesmo que suas mortes tenham se tornado tão banais que, infelizmente, não sejam mais notícia...), pessoas morrem por certezas (O Hitler tinha certeza de que ele e toda a "raça ariana" (e põe muitas aspas nisso) eram as melhores pessoas do mundo, e que por isso deviam controlá-lo, e que, portanto, deveriam morrer: os judeus, os negros, os gays, os ciganos, os curdos...), amigos e amores se perdem por certezas ("tenho certeza de que foi ele, me contaram..." pera lá, se te "contaram" como você pode ter certeza?...)
E nem vamos entrar nas certezas da medicina...
Bem... Onde eu quero chegar com isso tudo... Em lugar nenhum, pois é apenas a minha opinião... Que por ser minha, é relativa...
Só acho que sim, devemos lutar pelos nossos valores, pelo que acreditamos, mas temos que tomar cuidado nesse caminho, e sempre dar espaço à tolerância, a ouvir o que o outro tem a dizer, pois talvez a certeza dele seja mais certa que a sua... Ou talvez as duas se completem...
Só me diz, se você parar para ouvir... Apenas ouvir... O que tem a perder?


“Relativity” de M. C. Escher (1953)

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